Como recurso psicopedagógico a história abre espaço para a alegria e
o prazer de ler, compreender, interpretar a si próprio e à realidade.
Cláudia Cunha
Por que contar histórias para as crianças?
A
história é uma narrativa que se baseia num tipo de discurso calcado no
imaginário de uma cultura. As fábulas, os contos, as lendas são organizados de
acordo com o repertório de mitos que a sociedade produz. Quando estas
narrativas são lidas ou contadas por um adulto para uma criança, abre-se uma
oportunidade para que estes mitos, tão importantes para a construção de sua
identidade social e cultural, possam ser apresentados a ela.
Qual
a diferença entre ler e contar uma história?
São
duas coisas muito diferentes, porém ambas muito importantes. Um texto escrito
segue as normas da língua escrita, que são completamente diferentes daquelas da
linguagem falada. Quando uma criança ouve a leitura de uma história ela
introjeta funções sintáticas da língua, além de aumentar seu vocabulário e seu
campo semântico. Porém, aquele que lê a história deve dominar a arte
de contá-la, estar preparado suficientemente para fazê-lo com apoio no texto,
sabendo utilizar o livro como acessório integrado à técnica da voz e do gesto.
Além
disso, quem lê para uma criança não lhe transmite apenas o conteúdo da
história; promovendo seu encontro com a leitura, possibilita-lhe adquirir um
modelo de leitor e desenvolve nela o prazer de ler e o sentido de valor pelo
livro.
Há
opiniões divergentes neste campo: alguns autores consideram que o contador sem
o livro tem mais liberdade de acentuar emoções, modificar o enredo segundo as
reações da criança e portanto, melhor comunicação com o público infantil.
Teria ainda mais disponibilidade para trabalhar sua voz e seu gesto.
Somos
partidárias, neste aspecto de que o importante é como ler e como contar,
porque é preciso que se tenha técnica e preparo para despertar o desejo e o
prazer das crianças.
Para
que contar histórias?
Um
dos principais objetivos de se contar histórias é o da recreação. Mas a
importância de contar histórias vai muito além. Por meio delas podemos
enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo diversas formas de
linguagem, ampliando o vocabulário, formando o caráter, desenvolvendo a
confiança na força do bem, proporcionando a ela viver o imaginário.
Além
disso, as histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas
importantes para o pensamento, tais como a comparação (entre as figuras e o texto
lido ou narrado) o pensamento hipotético, o raciocínio lógico, pensamento
divergente ou convergente, as relações espaciais e temporais( toda história
tem princípio, meio e fim ) Os enredos geralmente são organizados de forma que
um conteúdo moral possa ser inferido das ações dos personagens e isso colabora
para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças.
Como
selecionar histórias para ler ou contar?
Segundo
Luiza Lameirão, existem dois tipos de histórias: aquelas que servem de alimento
para a alma, permitindo a transmissão de valores e de imagens arquetípicas
fundamentais para a construção da subjetividade; e aquelas que servem para
despertar o raciocínio e o interesse da criança para formas de agir e estar no mundo
-
são chamadas histórias matéria - importantes para a estruturação dos aspectos
objetivos de nossa personalidade. Estas últimas devem ser selecionadas de
acordo com o desenvolvimento cognitivo do ouvinte porque exigem maior
compreensão racional e analítica.
Ótimo artigo, adorei. Ainda não tenho filhos mas já comprei muitos livros de historia. Fiz algumas coleções de contos tradicionais e outros mais voltados para o aprendizado da leitura.
ResponderExcluirBom Final de semana.
Pati
www.decorartebypati.blogspot.com